Elaborar pacotes de viagens, organizar eventos, administrar empresas de transportes (aéreo, rodoviário e marítimo), planejar os impactos sociais, econômicos e ambientais da atividade turística e gerir empreendimentos de hotelaria como hotelaria hospitalar e estabelecimentos da área de alimentação.
Em relação à Hotelaria Hospitalar:
Pode parecer estranho alguém que se formou em Hotelaria trabalhar em um hospital. Para esse exemplo, é importante lembrar que tudo o que se aprendeu na academia pode ser aplicado em diversos momentos da vida profissional. Se pararmos para analisar os serviços de “hospedagem” nos hospitais, perceberemos que há uma grande lacuna a ser preenchida. Ou seja, o paciente não deixa de ser um hóspede, contudo, é um cliente que exige mais atenção e cuidados especiais que são dispensados por aqueles que estão passando umas férias em determinado hotel; o hospital tem serviço de quarto, camareira, lavanderia, recepção, além de uma estrutura física semelhante ao de um apartamento de hotel. O profissional de hotelaria, portanto, pode organizar esse espaço preocupando-se com a questão do bem-estar do hóspede, fazer com que aquele espaço contribua para minimizar o impacto do simples fato de estar internado. É importante que nesse momento os serviços prestados e até a decoração do quarto sejam pensados para atender às necessidades desses hóspedes especiais.
É importante que o futuro bacharel em turismo e hotelaria (turismólogo) saiba que as opções de trabalho dele não se encontram apenas nas agências de viagens e hotéis, pelo contrário, sua mão-de-obra pode ser muito mais aproveitada se este profissional estiver atento às tendências do mercado e boas oportunidades de trabalho que estão surgindo. Além disso, é preciso ter em mente que o sucesso de uma carreira não está apenas na sua graduação, mas no seu contínuo esforço de buscar novos conhecimentos, informações; desenvolver o espírito empreendedor, não esperar que alguém peça um produto ou serviço, mas desenvolver algo que surpreenda o mercado; e ainda ter um pensamento flexível, ou seja, o mundo globalizado é marcado por mudanças súbitas, inesperadas e muitas vezes violentas. A partir do momento que o indivíduo possui essa flexibilidade de pensamento, ele consegue harmonizar as mudanças que ocorrem ao seu redor e conseqüentemente enxergar outros caminhos a serem seguidos.
Entre as profissões em pleno crescimento e ascensão uma que desperta bastante interesse é com certeza a de turismólogo, que encanta muita gente pela impressão de que o glamour das viagens, idas e vindas pelos aeroportos mais importantes do mundo, é uma constante para este profissional. A denominação de turismólogo para o bacharel em Turismo surgiu na década de 70 para designar o profissional que é preparado para o mercado de trabalho durante 4 anos (8 semestres) em um curso de ensino superior. Entre suas opções de atuação estão atividades de organização e gestão de empresas de turismo nas áreas de lazer e recreação, hotelaria, agenciamento, eventos, alimentos e bebidas. “Além disso, o turismólogo deverá ter a capacidade para planejar, organizar, implantar e gerir programas de desenvolvimento turístico de destinações e empreendimentos, envolvendo as características empreendedora, inovadora, crítica e ética” destaca com bastante ênfase a professora mestre Giselle Castro e coordenadora do curso de Turismo da Feapa. Segundo a professora, “atualmente o mercado exige um profissional com uma visão crítico-reflexiva da realidade em que se encontra. Desta forma o turismólogo deve ser uma pessoa muito bem informada dos acontecimentos no contexto nacional e local, e das tendências do setor, pois o mercado é muito dinâmico e o profissional que não acompanha este dinamismo, não consegue ocupar cargos importantes, como gerente de grandes hotéis, consultor de planejamento, etc”, alerta Giselle Castro. Apesar de em Belém já existir oito faculdades dispondo do curso de Turismo, o amadorismo ainda é uma realidade negativa no setor. “Muitas pessoas trabalham na área sem a formação adequada, simplesmente porque acreditam que para ser um bom agente de viagens, por exemplo, basta ter adquirido muitas experiências viajando. Isto acontece porque a profissão do bacharel de Turismo ainda não foi regulamentada no Brasil, ou seja, ainda não se delimitou quais as áreas restritas aos profissionais qualificados. Todos estes fatos comprometem o trabalho dos profissionais que atuam com seriedade e compromisso, seja em Belém, no Pará ou em outros estados do Brasil”, explica a coordenadora do curso da Feapa, lembrando que entre os diferenciais de ensino que a Feapa oferece está o de proporcionar ao aluno a formação adequada para atuar na operacionalização e planejamento das atividades turísticas, utilizando técnicas empreendedoras como diferencial em um mercado dinâmico e extremamente competitivo. Além do curso de bacharel também é muito importante que o profissional de turismo tenha uma formação ampla, com vários cursos específicos. “Prioritariamente está o curso de inglês, e como estamos na América Latina, a língua espanhola também é importante”, ressalta Giselle Castro. “O profissional também deve buscar mais especialização na área que ele pretende, por exemplo, se for o setor de eventos é preciso buscar cursos como de recepcionista, cerimonial, gestão de alimentos e bebidas, enfim, as áreas afins”, completa, lembrando que em Belém há somente Pós-graduação em nível de lato sensu. Ainda há uma carência de Pós-graduação stricto sensu em turismo no Brasil e principalmente no estado do Pará.
Fonte: O Liberal